Para celebrar o Dia Nacional de Visibilidade Trans (29
de janeiro), o Movimento Social “Levante Popular da Juventude” em parceria com
o Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Varginha, MG
realizaram uma atividade temática sobre: “Visibilidade TRANS: Diálogos sobre
transsexualidade” a fim de
construir um espaço de discussão para debater a transsexualidade e combater a
Transfobia.
A atividade se justifica uma vez que o Brasil é hoje o país que mais mata travestis e transsexuais em todo o mundo e o CREAS sendo um equipamento público estatal da Política de Assistência Social, vinculado à Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social (SEHAD), responsável pela oferta do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado à Famílias e Indivíduos cujos direitos foram violados, sobretudo, aqueles mais vulnerabilizados, como é o caso da comunidade LGBT’s, tem por atribuição viabilizar esses espaços de discussão. Assim, a realização deste evento vai de encontro com a necessidade de garantir maior empoderamento à esta população por meio da garantia de direitos dos mesmos.
Segundo, Dérik Filipe, “O Levante Popular da Juventude é uma organização de militantes voltada para incentivar a participação política da juventude, buscando enfrentar as desigualdades sociais hoje colocadas na realidade da maioria dos jovens brasileiros. A proposta é organizar a juventude (...) e multiplicar grupos de jovens em diferentes territórios e setores sociais, fazendo experiências de organização, (…) mobilização e formação em torno de questões fundamentais para a transformação social. Além disso, temos como pressuposto do nosso trabalho o empoderamento dos jovens enquanto atores sociais e políticos e multiplicadores de um projeto popular para o Brasil”.
O evento foi aberto a todos os segmentos da sociedade
e contamos com pouco mais de 30 participantes. Dentre eles recebemos
representantes do CRAS II, CRAS IV, CRAS V, Coletivo Quilombo, Associação
Oficina do SER, além do Levante Popular da Juventude.
De
acordo com Maria Fernanda Thiago da Cunha, Assistente Social do CREAS, “A invisibilidade da população LGBT é expressão de uma
sociedade em que o poder político não é partilhado com os segmentos mais
marginalizados, como mulheres, negras/os, indígenas, pessoas com deficiência,
trabalhadoras e trabalhadores. Assim, precisamos dar passos firmes na luta pela
democratização da sociedade e garantir ampla participação do povo brasileiro em
toda a sua diversidade”.
O evento contou ainda com o relato do adolescente
Bruno Paiva, primeiro menino trans de Varginha a participar do processo de
transexualização. Bruno contou um pouco sobre a sua vivência: situações de
preconceito na sociedade, família, escola e instituições, além de momentos de
respeito nesses espaços e conquista de direitos.